de João Ubaldo Ribeiro
Nova Fronteira, 1989
Nova Fronteira, 1989
por Claudine Duarte
“Não tem nada de desilusão nem de trauma,
Monteirinho. De fato, posso ter feito um pouco de literatura ainda agora, mas
isso você já conhece, é apenas um jeito que eu encontrei de enfrentar a mim
mesmo, é como se fosse um exercício de sobrevivência, não sei bem como, mas
tenho certeza que é isso. Eu sou isso mesmo que lhe disse, sem tirar nem por.
Aliás, sou pior, sou pior, eu sei que sou bem pior, tão pior que nem quero
esmiuçar tudo. E ainda pior por causa da desesperança, hoje eu não tenho
esperança em nada, acho que meu destino individual e nosso destino coletivo são
os mais desalentadores possíveis, geralmente não aguento saber o que está
acontecendo, sem ficar fora de mim e com vontade de berrar. Não é cristão não
ter esperança, é como se fosse uma danação.”
(João Pedroso)
Em tempos de despejar votos em urnas eletrônicas e na esteira dos ecos dos movimentos que demonstraram a insatisfação popular com governantes e desgovernados, a leitura d´O Sorriso do Lagarto, do João Ubaldo, teve um tempero extra. Acompanhar os pensamentos desiludidos do João Pedroso envolvem – e revolvem – inquietações atávicas de nossos sentimentos como cidadãos brasileiros e, intrinsecamente, de seres humanos.
No romance, Ubaldo nos presenteia com um excelente primeiro capítulo,
contando com a maestria dos melhores escritores consegue apresentar alguns dos
personagens que, ao longo das próximas 300 páginas, desfiarão seus temores e
artimanhas pelas ruas e praias da ilha baiana de Itaparica.
Aqui, descobrimos que João
Pedroso tem um barco, uma peixaria, vários medos e angústias, muito estudo
e gratidão ao destino que o levou a largar a vida de biólogo. Também somos
apresentados ao “metrossexual” Ângelo
Marcos Barreto, médico e político, que entre potes de cremes e colônias,
empunha um incrível secador-escova
importado, revive as dores de hemorroidas clandestinas e relembra seu caminho
de escalada ao poder com a adesão ao partido de direita da época, a ARENA.
Nessas páginas iniciais, conhecemos Ana
Clara, atual e segunda esposa de Ângelo Marcos, descrita por ele como uma
mulher bonita, dona de academia de ginástica para mulheres, “dondoquinha boa, das inofensivas, que
conversam bem e não causam mal-estar em coquetéis” e, por ela, ao longo de
uma longa conversa com sua fútil amiga Bebel,
como uma mulher em processo de mudança e decidida a trair o marido, namorar
outro ou, ainda, outros homens como projeto pessoal e filosofia de vida. Ainda
no primeiro capítulo, por uma longa conversa de João Pedroso conhecemos Dr. Lúcio Nemésio, médico e
administrador do hospital da ilha, que se mostra admirado com os nativos e sua
capacidade de sobrevivência, ou seria convivência, a um sem número de vermes e
parasitas.
Nesse ponto uma pausa
para contar que o autor nos brinda com erudições literárias, como por exemplo,
no momento em que Ana Clara, ao decidir trair o marido, se compara a
personagens marcantes como Lady Chatterley de D. H. Lawrence e a Molly, mulher
do Bloom em Ulysses de James Joyce.
“Não, não, tipo Molly Bloom, escrachado mesmo, claro que sem um
milionésimo da vivência de Molly, igual a ela só mesmo isso de estar aqui,
espichada numa cama, pensando as coisas mais loucas a mil por hora, se bem que
com pontuação e parágrafos mais decentes(...)"
Enquanto seu marido, tem
ataques megalomaníacos e igualmente eruditos:
“(...) o Secretário do Século. Não, não, não
soa bem, a outra versão é bem melhor: o Administrador do Século. Melhor, muito
melhor, por aí. Tinha de ter “século”, disto ele fazia questão, até porque não
deixava de ser verdadeiro, sob muitos aspectos, inclusive o dinamismo. E
depois, Goebbels, o grande Goebbels – ou senão Hitler, um dos dois – já
recomendava esse tipo de grandiloquência, funcionava, era eficaz para empolgar
as massas, é indispensável pensar grande e falar grande.”
Ao longo dos próximos capítulos, com uma narrativa ágil e intrincada, João Ubaldo escreve na
terceira pessoa tirando bastante proveito do olhar de um narrador onisciente
que, em vários momentos e de forma gentil, cede seu lugar para que os
personagens apresentem seus pensamentos e pontos de vista. Com seu estilo
característico, o autor adota o humor, às vezes leve e muitas vezes corrosivo, em
trama recheada de clichês e diálogos inteligentes, enquanto passeia com tranquilidade
por temas que variam de reflexões teológicas e conflitos metafísicos a
comportamentos sexuais, éticos e sociopolíticos.
Talvez a adoção do humor seja um caldo em que fique menos intragável a
leitura de um livro cujo tema central é o Mal. O Sorriso do Lagarto, pelo próprio
autor “é um livro que lida com a má administração do tempo que a humanidade
passa na Terra. Acho que escrevi, sim, um romance sobre o mal, que fica
transparente na atitude de uma grande parte da classe dominante brasileira –
ela detesta nosso país, ela detesta o que nós somos e acoberta todas as
violências: a mortalidade infantil, a violência nas cidades, a miséria. Quis
escrever um livro sobre o adversário que existe em cada um de nós, sobre a
figura de Santanás.”
A história se inicia na
época da soalheira em Itaparica, terra natal de João Ubaldo, com o angustiante encontro de João Pedroso
com um lagarto de duas caudas que sorri e o deixa arrepiado como que
prenunciando algo ruim. A trama segue, cronologicamente, por quase um
ano até finalizar com um límpido céu azul, típico de pós-chuva, com o lagarto
ainda sorrindo amedrontadoramente. A ilha tem uma importância estrutural na
obra, como espaço social e também como espaço psicológico, pois os principais
personagens estão lá por situações que remetem a fugas existenciais, algo como exílios
egoístas e quase distópicos. Dos moradores locais, também se depreende que o
local não está livre das doenças e misérias que assolam a raça humana:
“Aqui na ilha, se morre de tudo, não tem
essa conversa de que aqui não acontece certas mortes – disse Mero Doido, que
desde as cinco horas estava fazendo um levantamento dos mortos ligados ao
Mercado e das causas de suas mortes. – Você não diz uma doença, inclusive das
mais modernas, que alguém aqui não tenha morrido. Até umas doenças que não são
nem bem doenças aqui se morre, como Galo Cego, que teve uma espinha no nariz
que foi virando câncer e comeu a cara dele toda e ele morreu fedendo e com a
cara toda comida. Isso de uma espinha.”
Um pequeno resumo da
obra poderia conter a afirmação que a ilha abriga, temporariamente, o casal
formado por Ângelo Marcos e Ana Clara. Ele, um político corrupto e bissexual,
convalescendo de um câncer anal. Ela, uma entediada dondoca que resolve trair o
marido com João Pedroso, de onde nasce um relacionamento recheado de cenas
sensuais e os conduz a uma forte paixão.
Em paralelo, porém centralmente, uma alegoria da personificação do mal que
persiste no interior dos seres humanos, presente no cínico vilão Lucio Nemésio,
médico que colabora com pesquisadores estrangeiros produzindo criaturas
híbridas. João Pedroso denuncia essa experiência genética e é desacreditado
pelos poderosos do local não sem antes discutir sobre as fronteiras da ética e
da ciência com o médico, que se revela um vilão digno de histórias
maniqueístas. Lucio Nemésio representa aqueles seres que envergonham a raça
humana, utilizando a evolução (evolução?) de seu conhecimento de forma amoral
impingindo a semelhantes, mulheres negras, as degradantes condições de gerar
filhos de macacos... as criaturas:
“Alma, novamente? O que é alma? De qualquer forma, sendo animal e não
homem, a criatura, segundo os que acreditam na alma, não tem alma. E mesmo
levando-se em conta esse argumento de Deus e da evolução, não há nada no
projeto que contrarie, tecnicamente, Deus e a evolução, muito bem.”
“Esse negócio de consulta é outra balela
supersticiosa. Ninguém devia ser consultado, ninguém entende o suficiente do
assunto para orientar essas decisões. Nada é mais ridículo do que a chamada
massa ignara opinar sobre o que não entende, sobrepondo-se à opinião de quem
entende. É a mesma coisa que essa patifaria mediocrizante e demagógica, que é
deixar estudantes e funcionários analfabetos elegerem reitores, chefes de
departamento e professores. A democracia é uma farsa e você sabe muito bem
disso. O que é que um presidente eleito entende dos assuntos sobre os quais
decide - física nuclear, energia elétrica, transportes, agricultura, finanças
públicas etc. etc. etc.?”
Além dos personagens
introduzidos no início do livro, também são destaques para a trama ficcional o Padre Monteirinho, o curandeiro Bará da Misericórdia e o pistoleiro Boaventura.
Bará é quem primeiro tem
contato com as aberrações e as fotografa, partilhando suas preocupações éticas
com o padre e depois com João Pedroso. Sua linguagem é, deslocadamente, estruturada e muito culta
como, por exemplo, quando se apresenta e fala sobre seu trabalho de curandeiro ao Padre
Monteirinho:
“(...) Muito tempo decorreu antes que me desse conta da inutilidade de
resistir a tais acontecimentos, mas fui obrigado a render-me à inexorabilidade
do destino, ou como quer que se chame esse apelo, ao qual, se não fosse a
pretensão inaudita contida em tal paráfrase, reagiria com a mesma frase do
Mestre: Afasta de mim este cálice. (...) Creio em Deus, sim, porque creio no
Bem. Mas creio também no Mal e que não me peçam resposta para a mais vexatória
questão teológica, a meu aviso aquela que pergunta se, havendo Deus, o Bem,
criado tudo, como também haverá criado o Mal?”
Monteirinho, um
depressivo padre, que dependia do isolamento e degredo que a ilha
proporcionava para fugir de tentações carnais e mundanas, é transferido para
outra paróquia após seu envolvimento com as denúncias de João. No final do
livro, ao retornar para buscar “umas coisas”, tem um importante diálogo com
Lúcio Nemésio:
“(...) O Senhor não acha terrível criar-se um híbrido do ser humano com
um animal e, ainda por cima, chamar esse híbrido de ‘apenas um novo animal’?”
“- Eu vejo nesse híbrido e em outras coisas do mesmo tipo a rejeição do
homem de sua semelhança com Deus. Eu vejo o poder, tantas vezes corrupto, como
é no Brasil, perpetrando cada vez maiores monstruosidades e se perpetuando de
forma hedionda.”
Boaventura reforça os
clichês do livro: o matador, agora um
rico fazendeiro em Goiás (precisava ser em Anápolis?), tem um romance há muitos
anos com Ângelo Marcos, o marido traído, sendo os encontros entre os dois
representados de forma tão quente e picantemente detalhada quanto as cenas de
sexo entre João Pedroso e Ana Clara. Ao descobrir o romance, o marido traído
contrata o pistoleiro, seu amante, para matar o amante da esposa... que estava
grávida do amante e que, convenientemente e novelescamente, perde o bebê ao
cair de uma escada durante uma briga com o marido traído. Ana Clara, ao acordar
no hospital e, sabendo que abortou e constatando o “desaparecimento” de João
Pedroso, enlouquece e adota a personalidade de Suzanna Fleishman, uma figura meio que alter-ego criada para,
esquizofrenicamente, contar suas aventuras amorosas – seus diários como
sementes de um futuro best-seller.
Na véspera de sua morte,
João Pedroso desabafa parte de suas novas compreensões com Padre Monteirinho:
“Estive pensando que realmente esse negócio de nós acharmos que o homem
é o filho dileto de Deus é de uma insolência monumental. Por essência, não
somos filhos diletos de coisa nenhuma, somos o que nós nos fizermos, aquilo que
fizermos de nós mesmos. (..) Acredite, Monteirinho, o lagarto vai sorrir. O
homem é por definição um ser moral e, quando ele deixa de ser um ser moral, ele
só pode alegar ser filho de Deus latu
sensu. À imagem, mas não à semelhança. Acredite, rapaz. Ele está
indiferente, o problema é nosso. Além disso, Ele é atemporal, logo todo tempo
para Ele é presente, o tempo também é um problema nosso.”
Depois da conversa com
seu amigo e na espera do momento de reencontrar Ana Clara, João revela os
principais pontos que abordaria no livro que pretendia escrever, a menos de
duas páginas de ser baleado por Boaventura:
“(...) já traçara um plano de pesquisa bibliográfica e começara a anotar
alguns temas e ideias, por enquanto desarrumadas. O poder político e econômico
sobre a evolução das espécies, notadamente a humana. Se o homem controla a
evolução, esta será ditada pelos que detêm o poder. O poder sabe o que é melhor
para a espécie, ou sabe apenas o que é melhor para ele a curto prazo?(...)
Predeterminação de aptidões. O plano do governo estabelece quotas, com base em
projeções estatísticas, para preencher adequadamente as necessidades futuras de
mão-de-obra. Nas economias de livre iniciativa, os pais vão estudar essas
projeções e investir na feiura dos filhos com aptidões mais lucrativas. Varias
maneiras de usar tudo isso para acabar de estropiar o Terceiro Mundo. Pools
genéticos superiores monopolizados, como os das galinhas de granja, (...).
Países ricos com gerações perfeitas e nós cheios de tudo quanto é problema de
saúde geneticamente condicionado e comprando os remédios e geringonças deles
para nos tratar.”
O livro O Sorriso do Lagarto (1989) ecoa provocações de outras obras de ficção
científica que tratam de manipulações genéticas, tais como A Ilha do Dr. Moreau (1896), de H.G. Wells, Admirável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley e Os Meninos do Brasil (1976),
de Ira Levin: O que é um ser humano? Qual o seu valor? O
que é moral? Até onde é eticamente viável o que
é cientificamente possível? Há um limite para o desenvolvimento humano?
Nas obras citadas acima, é
possível encontrar a mesma mensagem de desesperança com a humanidade, com o que
o homem faz com suas possibilidades em seu tempo presente e, consequentemente,
com o seu futuro. Tal como Wells, Huxley e Levin, João Ubaldo escreveu uma
história atemporal, onde constata a opção da degradação moral da humanidade
pairando universalmente sobre, entre e dentro da própria humanidade. O sorriso
do lagarto nos ameaça com um profundo sentimento de falta de saída ou nos
alerta para adoção de outros caminhos?
Identificação? Sim. Com os
medos de João Pedroso e de Padre Monteirinho. Com a licença do Drummond:
“Provisoriamente não cantaremos
o amor,
que se refugiou mais abaixo dos
subterrâneos.
Cantaremos o medo, que
esteriliza os abraços,
Não cantaremos o ódio porque
este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai
e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos
mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das
mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos
ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o
medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo e
sobre nosso túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.”
Recomendo? Sim. Para ler sem restrições, paradoxalmente, com alguma dose de humor desesperançado e o medo disponível, à vontade.
Recomendo? Sim. Para ler sem restrições, paradoxalmente, com alguma dose de humor desesperançado e o medo disponível, à vontade.
"O Sorriso do Lagarto" reúne paixão, humor, política, religião, racismo, erotismo, e até uma pitada de suspense (com "as criaturas", que aparecem pela metade do romance).
ResponderExcluirRetrata a vida de pouco mais de duas décadas atrás com seus pecados, e os personagens decentes do livro, que são poucos, têm final infeliz.
É uma visão amarga da vida, e o mal se pressente até na paisagem - por exemplo, no caminho escuro para o encontro de João Pedroso com o misterioso Bará de fala empolada, "um lugar assombrado", com corujas "agourentas" que acompanham o visitante na caminhada. E, no entanto, é um livro divertido, com escrita leve e personagens quase caricatos, aí sobressaindo o político corrupto e amoral Angelo Marcos e as fúteis socialites Ana Clara e Bebel.
O enredo se desenvolve em torno de um triângulo amoroso clássico e banal- um marido que trai, a esposa que descobre a traição e trai o marido com um homem por quem se apaixona e engravida. Tudo isso contado com humor (cáustico) e ainda um imenso talento para descrever pessoas e paisagens.
Em torno do relato desse triângulo amoroso, João Ubaldo constrói pensamentos inquietantes e argumentos insólitos que, a meu ver, são centrais ao livro.
Para citar apenas alguns: Dr. Lucio Nemésio comentando o racismo e a associação do negro ao macaco.
"O macaco é peludo, preto não é peludo. O branco, neste sentido, está mais perto do macaco. O cabelo do negro é crespo, o cabelo do branco é liso como o do macaco. Os lábios do macaco são finos, os lábios dos negros são grossos."
Ou quando comenta o nacionalismo:
"Fico vendo essas manchas coloridas que dividem Estados e Nacões (no globo) e me convenço que se trata de uma completa estupidez, patriotismo ..... Eu mesmo não divido ninguém entre brasileiros e não-brasileiros, divido, por exemplo, entre débeis mentais e não-débeis mentais, canalhas e não-canalhas, competentes e incompetentes, e assim por diante."
Ou sobre religião:
"Estou pensando que realmente esse negócio de nós acharmos que o homem é o filho dileto de Deus é de uma insolência monumental.....Ou nós nos aproximamos de Deus e enfrentamos não o Seu ódio, porque Ele não tem ódio, mas Sua indiferença. E eu creio que ele está cada vez mais indiferente, não por causa dele, mas por nossa causa. Acredite, Monteirinho, o lagarto vai sorrir. O homem é por definição um ser moral e, quando ele deixa de ser um ser moral, ele só pode alegar ser filho de Deus latu sensu, como qualquer bicho ou planta, mas não strictu sensu".
E sobre a dominação:
"Se o homem controla a evolução, esta será ditada pelos que detêm o poder. O poder saber o que é melhor para a espécie, ou sabe apenas o que é melhor para ele, a curto prazo? Sociologia da Genética, Ética Genética....O Plano do Governo estabelece cotas com base em projeções estatísticas, para preencher adequadamente as necessidades futuras de mão de obra....Várias maneiras de usar tudo isso para acabar de estropiar o Terceiro Mundo."
Embora escrito décadas atrás, o enredo é atual - a despeito da manipulação genética, que avançou bastante desde então. Nele encontramos o toxicômano, o homossexual, o racista, o corrupto, o imoral, o falso.
Seus personagens e o seu humor negro me trouxeram à memória Nelson Rodriques que, construía críticas impiedosas em seus artigos intitulados "A Vida como Ela É".
Em resumo, é um livro muito bem escrito, fácil de ler, que aborda, ao retratar uma sociedade fútil, temas importantes. Recomendo, com certeza,
O sorriso do lagarto, a meu ver, é um sorriso de escárnio de um réptil que já dominou o mundo, hoje dominado pelo homem. Um sorriso sarcástico, jocoso, num tom de zombaria pelo que esse "rei" fez do seu reinado... Li esse livro aos 17 anos, em 1990, e ainda hoje tenho memoria de algumas passagens.
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