de Jonathan Franzen
por João Maria
O cenário do livro é a paranoia norte-americana pós 11 de
setembro, ele trata sobre como as pessoas comuns se unem, se separam e como são
infelizes.
Talvez infelizes por terem se tornado não exatamente as pessoas que
gostariam de ser.
Novamente, “o livro dentro do livro” – o Diário de Patty,
muito longo, nos remete sobre as escolhas que fazemos no transcorrer de nossas vidas,
muitas delas não percebidas.
Liberdade de escolhas é o tema do livro.
Aliás, aprendi, antes mesmo da leitura deste livro, que cada escolha implica em uma perda.
Ou seja, a cada escolha, menos liberdade. A liberdade das escolhas tem limites
e aprisiona.
Esta é a história de Patty e suas escolhas. Entre Walter e
Katz, ente uma carreira e uma vida medíocre, etc... E como as escolhas dela
foram delimitando o espaço livre e aprisionando-a. principalmente para viver escolhas novas, ou mesmo refazer escolhas.
Descobri pesquisando a vida do autor, que ele é demasiado preocupado com sustentabilidade e superpopulação. Assim, ele transferiu suas preocupações para o personagem Walter e o livro apesar de versar demasiadamente sobre os dois temas não consegue se aprofundar neles.
Livro difícil de ler, desfocado, com muitos, muitos erros! Os ortográficos denotam falta de zelo, de tão primários.
Cheio de períodos longos e algumas vezes de difícil sentido, o livro é muito demorado em alguns
trechos. Ex. migração das espécies das aves Ele não consegue ser
profundo sobre os temas contemporâneos - Questões econômicas, ambientais e
políticas, embora esta última esteja presente ao longo de todo o livro.
Não recomendo. Um livro para quem tem tempo, muito tempo
e tem interesse em relações humanas na sociedade americana pós-11 de setembro e
suas crises.
***
Achei Liberdade longo demais, mas um bom retrato da atual classe média americana, uma sociedade que valoriza o sucesso pessoal e onde perdedores não tem espaço.
ResponderExcluirAchei interessante a saga de Patty e a evolução da sua personalidade, descrita ao longo do livro -as relações familiares, as variaçoes de humor, de interesses, e as mudanças no convívio social.
Personagens bem caracterizados.
Faço restrições. Só o recomendaria a pessoas que tem interesse pelas peculiaridades da sociedade norte-americana.
LIBERDADE, de JONATHAN FRANZEN
ResponderExcluirAlguns poucos comentários escritos por partes, em rompantes de madrugada, após ter adormecido lendo o livro.
Maria Virginia de Vasconcellos em abril de 2013
1) Até a página 300, o livro não me cativou: pareceu-me uma masturbação neurótica a respeito do psiquê da classe média americana. Vários anti-heróis inóspitos, que não me levam a lugar algum.
Sentimentos fragmentados, sem enlevo, sexo banal, relações de confronto, um conteúdo de filmes de televisão, sem atrativo maior. A narrativa passeia por vidas banais assim como percebi no livro A VISITA CRUEL DO TEMPO, que lemos há algum tempo atrás.
Em LIBERDADE, os diálogos, ainda que inteligentes, são crivados por respostinhas típicas de adolescentes...um vai e volta repetitivo em torno de valores da cultura americana.
2) Na página 400. Nada de embevecedor. Nada que me emocione ou me enleve. Continua o mesmo diálogo rotineiro, pouco heroico, repetitivo e cansativo. Da visão masculina, enxerga-se os peitos ... sacal, chato! Intermináveis diálogos das novelas das oito. Folhetim. Quase me lembra o programa BBB: conversas intermináveis, rascantes, entre homem e mulher, pai e filho, mãe e filha.... Continuam as respostinhas chatinhas.
Ademais, as seduções e conquistas são demoradas, ocupando páginas e mais páginas inúteis, com o final adivinhado, um folhetim bem cansativo.
NÃO RECOMENDO! Prefiro estar longe desta literatura que cita um Stravinsky como um pseudo-intelectualismo... Até me lembrou alguém a dizer que a grama verde dos americanos jamais terá o tom do verde da terra mãe Inglaterra.
3) Página 422: Há de se reconhecer que o estilo é vigoroso, com algumas reflexões políticas interessantes, mas nada disso encobre o rame-rame novelesco dos diálogos infindáveis de confrontos... Realismo? O mundo é assim? Pois eu estou fora dessa conversinha fiada, dessa imbecilidade umbilical. Mensagem? O texto pretende transmitir alguma mensagem? Política? Se sim, não é convincente e não foca – os valores ficam fragmentados, dispersos, entremeados nas conversinhas que vão e que vem...
Até agora, pag 422, não recomendo o livro: ganho? Nenhum – nem divertimento...algum passa-tempo, pode ser.
Devo reconhecer, porém, que há algumas descrições excelentes em certos pontos do texto : motorista dirigindo em estrada (Lalhita), jogos de basquete (Patty), passarinhos e gatos (Walter); Utiliza-se frases longas mas, lógicas. Sim, pode ter estilo e agradar a muitos, mas para mim não sobrepuja o conteúdo repetitivo.
4) Ao final do livro:
Se já via como banal o triângulo Walter, Patty e Richard, mais uma quarta figura – Lalhita - imagine ler tudo de novo com Joye, Conna, Jenna e o irmão.... Muito personagem para pouca variedade de ocorrências.
Inicialmente o pano de fundo era o esporte, basquete, bandas de rock; e depois passou para meio ambiente e chegou até a ornitologia e política (?)... Dos pássaros aos gatos... a meu ver tudo ficou igual.
NÃO RECOMENDO.