de Jennifer Egan
por Maria Albeti Vitoriano
O
núcleo central das estórias gira em torno de um grupo de jovens de São
Francisco, Bennie Salazar, Scotty, Alice, Jocelyn e Rhea, que viviam envolvidos
com música (rock) e drogas, e diversos outros que estão de alguma forma associados
a eles, tais como Lou, Sasha, La Doll, Lulu, Stephanie e Jules.
As
estórias, normalmente, estão contidas em um capítulo, mostram no conjunto do
livro a diferença entre A (o passado) e
B (o presente). Os contos são permeados pela
nostalgia, lembranças do passado, dos amigos que estão distantes ou
morrendo. Mostra, no presente, a vida confortável que Bennie conseguiu e
de outro lado, o submundo em que vive Scotty, quase que num
lixão e o leito de hospital de Lou, na sua
própria casa..
Destaca
comportamentos moldados pela necessidade de fazer sucesso ou se sentir aceito,
como é o caso de Bennie, que vive a angústia em relação à diferença da música
que ele gosta e a que ele vende, bem como a convivência forçada com
republicanos..
Como
o próprio nome do livro insinua a autora parece ter o objetivo de mostrar a
ação do tempo sobre as pessoas, suas angústias e o fim dos relacionamentos. Mostra
a chegada da velhice e da doença, como é o caso de Lou, cujo filho acabou cometendo
suicídio.
Interessante
perceber que não existe praticamente nenhum relacionamento estável, talvez
somente o de Bennie Salazar com a sua assistente Sasha, a cleptomaníaca que no
final parece ter sido substituída por
Lulu.
Alguns
têm sucesso, como Bennie, outros não, como é o caso de Scotty. Lou era um bon vivant, teve muitas mulheres e
vários filhos, mas no final da vida estava só, acompanhando somente por um
enfermeiro.
Na
verdade, são várias estórias em paralelo, onde os personagens se cruzam diretamente
ou por meio de parentes (irmãos, filhos, cunhados), mas poucas são finalizadas.
Fica a dúvida, Sasha se curou da cleptomania, Lou viveu quanto tempo.
O
livro é monótono, principalmente no safári da África, um dos momentos mais
cansativos do livros, mas é interessante alguns artifícios usados pela autora,
como, por exemplo, no Capítulo 3, onde se demora a descobrir quem está contando a estória – que é Rhea – e
no Capítulo 10, onde há uso da 2ª. pessoa, como um personagem que permanece
oculto.
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