de Max Mallmann
por Beth Eloy
Tornar
a história autônoma, fazer com que ela pulse vivacidade pelos
personagens, suas ações e a atmosfera que os envolve é o grande
desafio de um romance como esse, e de forma muito humilde, o autor,
cita, o medo que teve de fracassar e de que as pessoas não gostassem
de ler o livro. Ledo engano: o livro é uma bela obra, prazerosa de
ser lida, admirada e que nos leva a reflexão sobre nós, nosso
modelo de vida, nossa estrurtura social
Lendo
a parte final do livro, na qual o autor descreve os modos e os
métodos de que se utilizou para a pesquisa histórica de seu
romance, não duvidei da forca de vontade e paciência que foram
dedicados nesses quatro anos de
trabalho.
O
protagonista:
Desiderius
Dolens, protagonista da história é um atrapalhado centurião que
sonha galgar alguns degraus na hierarquia social romana. Para tanto,
trabalhou duro como soldado visando promoções e o cargo de
cavaleiro da guarda real. De volta de uma campanha da Germânia
recebe a alcunha de “Carniceiro de Bonna” - rumores de que havia
chacinado uma cidade repleta de crianças, mulheres e idosos sem
piedade.
Ao
invés disso, ele é designado para comandar uma das coortes
urbanas (um tipo de guarda urbana) fatia mais baixa e decadente
dos postos militares.
A
história:
O
assassinato de um senador incumbe Dolens de investigar o fato e daí
surgem personagens, suspeitos pelo crime, que podem ajudá-lo ou
atrapalhá-lo em sua tão sonhada ascensão.
O
centurião não está interessado em resolver o mistério, mesmo com
as insistentes investidas de Nepos, filho do senador assassinado e
braço direito de Dolens.
Dolens,
é um típico exemplo de “macho”, mas em casa é comandado por
Galswinth, Moderata, Desidéria, Olímpia e Eutrópia – hilário
modelo de relação familiar.
Os
personagens são construídos ao longo dos capítulos e aí nos são
apresentados imperadores, escravos, cachorros mancos, pigmeus e
cristãos com extremo bom humor. Espaço reservo, para o reencontro
de Dólens com o seu pai, já na figura de Episcopus.
Dólens
é o personagem principal, mas não menos importante o pobre Nepos,
sempre levado a limpar latrinas; Eutrópia e suas viagens a base de
cânhamo; Galswinth com sua indolência conveniente; Moderata, a mãe
centralizadora; Desidéria a irmã dependente e a escrava Olímpia.
A
estrutura do livro também é interessante: a mistura de dois tipos
de texto, sendo o primeiro sobre os diálogos e descrições sobre o
que acontece na hora em que a história é contada; e o segundo, com
um estilo mais formal e histórico, conta a história de Desiderius
Dólens, sob a perspectiva de Nepos. O primeiro, sempre forte na
forma bem humorada como a história foi contada. O segundo,
pareceu-me a própria história.
Demorei
um pouco para me habituar ao estilo da leitura, mas foi questão de
tempo até que me adaptasse a ela.
Encantamento,
ao reler, após citação do autor, textos de clássicos, descritos
ao longo de alguns capítulos do Liber Primus até o Liber Quintus.
Desculpem os mais versados, fiquei emocionada com a estrutura desses
textos.
Finalizo
recomendando o livro e agradecendo ao Oswaldo Parente por essa ótima
indicação
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