segunda-feira, 8 de outubro de 2012

COMER, REZAR, AMAR

de Elizabeth Gilbert
Editora Objetiva, 2006


Por  Virginia de Vasconcellos
Brasília, junho/julho de 2008

Elizabeth Gilbert, no seu livro COMER, REZAR, AMAR expõe sua mente suficientemente divertida para compor frases como “mosquito tão grande que pode currar uma vaca”, “praticar masturbação pensando na Mônica x Clinton”.
E, sem escorregar muito, consegue arrancar elogios até da Hillary Clinton. Também, diante dessa, o que poderia comentar a Sra. Clinton a não ser “Adorei Comer, Rezar, Amar”?

O fato é que o livro apresenta uma fusão de culturas ocidente x oriente, incorporando a Itália, a Índia e Bali, desde uma perspectiva atraente, ainda que definitivamente “americanizada”.  Pois, convenhamos,  aquele que  vivencia somente a cultura desenvolvida dificilmente vai “sacar” um “Xamã Balinês” na sua inteireza; menos ainda vai perceber o que significa e como atua um brasileiro sedutor; ou mesmo perceber uma tramóia de balinesa para tirar dinheiro de americana. Na história, foi o brasileiro que percebeu tudo isso rapidamente...

A ingenuidade da visão do americano é mostrada com honestidade. Aliás, o livro cativa por ser honesto. Apesar de persistir uma americana deslumbrada, a E. Gilbert tem uma mentalidade muito aberta e,  repito, uma cabeça muito divertida.

A experiência no ASRAM indiano é descrita com sinceridade e, embora longa, atrai pelo senso de humor constante da autora.

Também é valiosa a pesquisa cultural, tanto gastronômica, quanto mística e histórica, ainda que a obra não tenha pretensão de estudo sócio-antropológico.  Por exemplo, é curioso descobrir que em Bali, os filhos são chamados não pelo nome, mas pela ordem de chegada: UM, DOIS, TRÊS... e por aí vai.

Por último, e não menos importante, trata com critério as “perdas” impostas às pessoas no decorrer da vida. Esse parecer ser o leit motiv que orienta o personagem central. O livro explora as possibilidades terapêuticas, ocidentais e orientais, sem conceitos ou teorias, descrevendo a diversidade de valores, os vários métodos de superação do ser humano, até culminar no ressuscitar, numa nova paixão, utilizando a própria existência como motor de busca da alegria.

Enfim, o livro entretém, informa e educa. Vale a pena ser lido.




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