de Elizabeth Gilbert
Editora Objetiva, 2006
Por Virginia de Vasconcellos
Brasília, junho/julho
de 2008
Elizabeth Gilbert, no
seu livro COMER, REZAR, AMAR expõe sua mente suficientemente divertida para
compor frases como “mosquito tão grande que pode currar uma vaca”, “praticar masturbação
pensando na Mônica x Clinton”.
E, sem escorregar
muito, consegue arrancar elogios até da Hillary Clinton. Também, diante dessa,
o que poderia comentar a Sra. Clinton a não ser “Adorei Comer, Rezar, Amar”?
O fato é que o livro
apresenta uma fusão de culturas ocidente x oriente, incorporando a Itália, a
Índia e Bali, desde uma perspectiva atraente, ainda que definitivamente
“americanizada”. Pois, convenhamos, aquele que
vivencia somente a cultura desenvolvida dificilmente vai “sacar” um
“Xamã Balinês” na sua inteireza; menos ainda vai perceber o que significa e
como atua um brasileiro sedutor; ou mesmo perceber uma tramóia de balinesa para
tirar dinheiro de americana. Na história, foi o brasileiro que percebeu tudo isso
rapidamente...
A ingenuidade da
visão do americano é mostrada com honestidade. Aliás, o livro cativa por ser
honesto. Apesar de persistir uma americana deslumbrada, a E. Gilbert tem uma
mentalidade muito aberta e, repito, uma
cabeça muito divertida.
A experiência no
ASRAM indiano é descrita com sinceridade e, embora longa, atrai pelo senso de
humor constante da autora.
Também é valiosa a
pesquisa cultural, tanto gastronômica, quanto mística e histórica, ainda que a
obra não tenha pretensão de estudo sócio-antropológico. Por exemplo, é curioso descobrir que em Bali,
os filhos são chamados não pelo nome, mas pela ordem de chegada: UM, DOIS, TRÊS...
e por aí vai.
Por último, e não
menos importante, trata com critério as “perdas” impostas às pessoas no
decorrer da vida. Esse parecer ser o leit
motiv que orienta o personagem central. O livro explora as possibilidades
terapêuticas, ocidentais e orientais, sem conceitos ou teorias, descrevendo a
diversidade de valores, os vários métodos de superação do ser humano, até
culminar no ressuscitar, numa nova paixão, utilizando a própria existência como
motor de busca da alegria.
Enfim, o livro
entretém, informa e educa. Vale a pena ser lido.
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