de Roberto Bolaño
Editora: Companhia das Letras
em 25 de junho
de 2012
Por Maria Virginia de
Vasconcellos
O que dizer do Monsieur Pein? Um
tipo maçante, a meu ver. Embora bem caracterizado.
Mas, todo o livro me pareceu
enfadonho tanto no estilo como no conteúdo.
( Perdoem os que gostarem; mas
verdade é que algo fascinante para alguém pode ser o máximo de tédio para outro
leitor).
O personagem me fez lembrar a canção
de Geraldo Azevedo chamada “Na primeira
manhã que te perdi”: o Monsieur Pein se assemelha a um “conde falando aos passarinhos, a um bumba
meu boi sem capitão, desatinado – cruzando ruas, estradas e caminhos, como um
carro correndo em contramão, como um boi perdido na multidão.
Como um caco gemendo no porão. Lamento noturno dos viúvos. Solidão.”
Apresenta uma solidão sem fim,
um comportamento obsessivo e sem rumo.
A música nordestina é linda e me
comoveu desde a primeira vez que ouvi.
Diferentemente, não me
identifiquei com o personagem destaque do livro.
Além disso, os detalhes me foram
cansativos, os relatos longos e inócuos – melhor dizendo, sem sabor e sem cor.
A narrativa, dita policialesca, foi
se arrastando sem surpresas e, a meu ver,
chegou a lugar nenhum.
Qual a mensagem do livro? Divulgação
do mesmerismo? Não parece. Pergunta
central? Fico pobre de respostas, sem asas na imaginação e sem interpretações
que me enriqueçam.
Para mim, a estória foi tão
aborrecida que nem percebi qualidades.
De fato, já nem me lembro do que
li e o que li nem me suscitou comentários entusiáticos ou conversas com amigos.
Conclusão: não recomendaria o
livro – Não recomendaria - com todas
as letras. Sem concessão.
NÃO RECOMENDADO. PONTO FINAL.